quarta-feira, 14 de abril de 2010

das coisas da vida


Foi porque a vida quis assim.
Era essa a resposta que ela sempre dava as pessoas que perguntavam porque eles não estavam juntos. E as pessoas entendiam, entendiam que o que separara eles foi isso, apenas isso: a vida. A vida acontecendo, a vida que une, a vida que separa.
E quando a olhavam com pena para lamentar que não deu certo, ela ria. Ria, e explicava que dera certo. Dera muito certo enquanto durou, todos aqueles anos.
Só que acabou, só isso.
Nem todo amor dura para sempre. Alguns, a gente acha que vai durar. 2, 3, 5, 10 anos, para descobrir que não era pra sempre, mas que deu certo por todo aquele tempo. Que era para ser assim.
E depois voltamos a ser livres, para amar por 2, 3, 5, 10 anos novamente. Ou para o resto da vida quem sabe?
Todos ficavam perplexos com a naturalidade que ela levava as coisas.
E perguntavam pra ela, qual a fórmula de ser assim. De não guardar mágoa, não sofrer.
Mas aí ela ria mais alto: claro que ela sofrera, guardara mágoa, achou que iria morrer e comeu uma caixa de bombom sozinha. Faz parte do pacote, sabe? Mas a diferença é o tempo que ela se permitia sofrer. Porque sabe, tem gente que quer sofrer sempre, quer ser vista como vítima. Gente que usa a tristeza de ter sido abandonada, por ter abandonado ou qualquer coisa do gênero como um escudo, para não se envolver mais.
Ela, ah ela não. Sofria o necessário, chorava o necessário, comia a quantidade de chocolate necessária – bem, talvez um pouco mais que a necessária- mas não deixava que a tristeza tomasse conta de tudo. Não por mais de um dia, pelo menos.
Se alguém fechasse a porta do seu coração,
Ela pulava a janela, e se permitia ser feliz outra vez.

Encontrado aqui.

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