sexta-feira, 6 de agosto de 2010

incontestavelmente


Respeitemos o tempo. Tudo cresce, amadurece. Mas não tem de endurecer. Não consigo. Confesso. Ou amoleço o coração e me permito amar com a irresponsabilidade pura da criança ou endureço e perco a ternura. Um frio. O Sol se escondeu. O calor das mãos dele não pode derreter o gelo que aqui dentro está. Porque essa substância dura e gelada, não é gelo para derreter, é concreto. Para derrubá-lo é preciso bater e isso dói. Não sei se quero me livrar; não sei se vale a pena. Esse medo todo é prova da minha maturidade. Afinal, criança não é covarde até que se machuca, fica roxa e cheia de cicatriz.

Ela falou por mim.

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